NEM AFIAVA A ENXADA. COM ELA, NO PURO MUQUE, DEIXAVA SEUS COMPANHEIROS PARA TRÁS

CASARÃO DE 300 ANOS DE MEU TIO-AVÔ JOÃO GARCIA DA SILVA

Este casarão (nas fotos: fundos, lateral direita e parte da frente) já existia quando meu tio-avô o adquiriu juntamente com a fazenda em que ele estava. Hoje pertence a seu neto Hilarino Garcia da Silva. O Hilarino, apelidado de Lico Vilela, era um rapaz fortão, que não perdia tempo em afiar sua enxada.


Do jeito que comprava apenas encabava e já se mandava para a roça. No princípio trabalhava com seu pai, José Garcia, mas era a seu avô que ele admirava. Um dia disse:

- Pai, quero ficar com meu avô para aprender com ele como é que se faz negócio!

Lico Vilela (Hilarino Garcia da Silva)

A partir daí, vivia em companhia do vô João. No princípio ganhava como todos os demais "camaradas", isto é, 2 mil réis por dia. Um dia seu avô o chamou e lhe disse:

- Lico, você é muito bom de braços. Não esparrame, mas daqui pra frente você ganhará 3 mil réis, mas vai ficar encarregado de mostrar para esta cambada de corpo mole, como é que se trabalha de verdade.

Em pouco tempo este neto já adquiria sua terra própria e já fazia seus negócios feito seu avô. Bom trabalhador e ótimo aprendiz. Hoje ele já está, se bem lembro, com seus 90 anos e ainda continua fortão.

Por Oswaldo de Paula Garcia