sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A PORCA IA CRESCENDO DESMESURADAMENTE... HISTORIAS CONTADAS PELA AVÓ DINHA


Casa antiga (1930) em Capitólio MG.
Antiga casa de 1930 em Capitólio-MG antigamente
conhecida como Arraial dos Franciscos
Minha bisavó Messias, esposa de João Caetano Alves sofria muito com aparições apavorantes, ruídos fora do comum que aconteciam com muita frequência em sua casa, principalmente à noite, não bastasse os trabalhos escorchantes a que se submetia durante o dia.



Resultado de imagem para "em oração"Não foram poucas as vezes que acordava apavorada durante e noite porque ouvia ruídos estranhos dentro de casa, como se fosse de algum animal que estava comendo farinha e outras coisas estranhas que a faziam viver em constante pavor. Ela rezava muito e somente depois de muita reza é que o tormento se afastava.

Certo dia ela estava passando por um trilho no meio do pasto e eis que, olhando para trás vê um leitãozinho que vinha bem distante dela e pelo mesmo trilho.

- Ah, ele deve ter escapado do chiqueiro e está andando por aí.



Pouco depois olhou para trás e notou que o bicho já estava bem maior e um pouco mais perto dela, no entanto, não fez conta e continuou sua caminhada. Porém, um tanto curiosa, resolveu olhar mais uma vez, e o animal já tinha crescido muito assim como também não estava mais tão longe. Foi o suficiente para ficar apavorada por receio de que se tratasse de  artes do demônio. Espichou, então, os passos e já começava a correr. Da última vez que olhou para trás, verificou que a porca já tinha adquirido um tamanho descomunal e estava bem próxima dela.


Foi aqui que ela virou para trás, com muita raiva e o que saiu de sua boca nem se deve escrever de tantas más palavras que deixou escapar. Ela se lembra apenas que uma das últimas coisas que disse gritando foi isso:

- Trem ruim! Você não tem o que fazer em vez de ficar atormentando os que têm que trabalhar? Suma de minha frente e vá para o quinto dos infernos! (*)

Ela contou que o monstro estacou e ficou quieto. Depois de seu xingatório todo, saiu do trilho tomando outra direção e, trotando, sumiu de sua vista.


Só que depois começou a sentir remorso por ter mandado a criatura para o inferno. Quem sabe não seria a manifestação de alguma alma que precisava de suas orações?
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(*) A expressão tem sua origem no período colonial do Brasil e dia respeito à cobrança de impostos pelo Império Português. O quinto correspondia a 20% da produção de ouro da colônia. Afirma-se que o termo era dirigido aos cobradores de impostos, que ao exigir o quinto ouviam algo como "Vá buscar o quinto nos infernos!". Com o passar to tempo tomou a forma atualmente utilizada, onde "nos" foi substituído por "do", ou seja, "quinto dos infernos".

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